Tem muita gente que nunca leu um livro — e isso não é motivo de
vergonha. É, e em especial no nosso país, uma situação comum. Faltou
incentivo, vontade, oportunidade. Faltou leitura, ponto. O motivo, para
este texto, não é importante.
O importante é que alguém que nunca leu um livro pode ter clicado
aqui; ou está lendo este post por recomendação. Isso atesta que existe
interesse e existe também noção da importância da literatura. É esse o
meu objetivo.
Você já entrou em uma livraria ou sebo? Já frequentou uma biblioteca?
São universos simples e estão longe de carregar essa aura de
hostilidade que você imagina. Em primeiro lugar, considerando a
importância da cultura, o livro não é, em geral, um objeto caro. Existem
edições ótimas a preços acessíveis: são os chamados livros de bolso.
Eles costumam ser vendidos por uma média de preço de R$ 15,00. Se
procurar bem e dependendo do exemplar, encontra até por menos. Já os
sebos são lugares especializados em vender livros usados por valores
logicamente menores; as obras, nesse caso, também têm um custo muito
baixo — podem chegar a R$ 1,00. Por último, as bibliotecas são opções
gratuitas que estão ao alcance de um cadastro simples.
Por onde começar? Não exija demais de si mesmo nesse início. O ideal é buscar obras fáceis e descomplicadas.
À medida que avança na leitura, pesquisar palavras desconhecidas no
dicionário é fundamental. Ler devagar também é essencial para absorver e
assimilar a história no seu tempo. Não há pressa: tudo bem se você
demorar meses para chegar à última página.
A leitura, como muitas coisas, é um hábito; adquiri-lo exige perseverança — aí a importância de não desistir no meio do caminho.
A seguir, uma pequena lista de boas opções para aqueles que nunca
leram um livro, ou que leram poucos durante a vida. Todos são
best-sellers.
Sophie Kinsella
Já ouviu falar em Becky Bloom? É a personagem mais famosa e
carismática criada por Sophie. As histórias que a incluem (é uma série
de livros!) falam basicamente sobre consumismo, moda e relacionamentos —
mas de um jeito açucarado e divertido. Ótimo começo para as românticas.
Sidney Sheldon
Mestre do suspense e best-seller mundial. Vai agradar em cheio aos
apaixonados pelos enredos obscuros, misteriosos e eletrizantes. E aos
curiosos. Um bom começo antes de mergulhar em Arthur Conan Doyle.
Helen Fielding
Autora dos livros que deram origem aos filmes de Bridget Jones.
Semelhante a Sophie Kinsella, mas com uma dose extra de humor ácido. As
aventuras da famosa personagem são contadas em forma de diário. Fácil e
gostoso de ler. Bom antes de partir para Jane Austen.
Marian Keyes
Divertida, criativa, perspicaz. Marian Keyes é uma ótima escritora
para os iniciantes. Sua escrita é fácil, ágil, empolgante. Há vários
livros disponíveis. Escolha a sinopse que mais lhe agrada e boa leitura.
Prepare-se para Sveva Casati Modignani.
Dan Brown
Com uma escrita envolvente, aborda temas históricos e tem o poder de
deixar o leitor constantemente preso à leitura por um fio trançado com
curiosidade e expectativa.
Martha Medeiros
Escritora gaúcha de destaque nacional. Seus livros são gostosos de
ler e abordam temas diversos. A linguagem tende a fazer com que o leitor
se sinta muito próximo da autora. Leia, depois, outra gaúcha: Lya Luft.
É importante dizer que o comodismo nunca é benéfico. Se você passou
pelos primeiros livros tranquilamente (e gostou deles), parta para
outros que representem um desafio um pouco maior. E sempre adiante.
Ressalva: sim, muitos são considerados literatura girly, ou
mulherzinha. Como feminista, sinto certa dor ao recomendá-los —
principalmente Sophie Kinsella, que aborda o consumismo desenfreado de
forma muito pungente e nada crítica. Mas considero que o hábito da
leitura se dê em constante crescimento, que, com o tempo, expande a
visão do mundo e, consequentemente, das possibilidades da vida. São
válidos, portanto, como um começo.